As inundações do Córrego da Miguela, no bairro São Lourenço Velho, foram tema de debate na sessão ordinária desta segunda-feira (06/03). O assunto foi apresentado pelo vereador Cristiano Valério (PTB) em um requerimento direcionado à Prefeitura com questionamentos sobre o cronograma de obras e a tomada de medidas paliativas que diminuam os transtornos causados pelo transbordamento.
O vereador também pergunta se os proprietários dos loteamentos construídos na região foram acionados por não cumprirem as medidas compensatórias assinadas em contrato e se o Poder Executivo faz a limpeza, capina e desobstrução da rede de água pluvial e bueiros” no entorno do Córrego da Miguela. “Este ano eu cheguei a acompanhar a situação com a água quase na cintura, retirando os móveis daqueles que moram ali”, ressaltou Cristiano. “O importante é fazer com que as políticas públicas cheguem nessas famílias de maneira responsável, com um aluguel social nesse período de chuvas, por exemplo”, completou.
Outros parlamentares comentaram a situação. William Rogério de Souza (SOLIDARIEDADE) falou sobre a necessidade de cobrar dos proprietários dos loteamentos o cumprimento das medidas compensatórias. João Bosco de Carvalho (CIDADANIA) frisou que os moradores perderam seus bens e que uma solução deve encontrada rapidamente. Já Gustavo Brasília (AVANTE) ressaltou que a crescente intensidade das inundações são um dos resultados do desequilíbrio ambiental e citou outros problemas de alagamento em diversos pontos da cidade, além do entorno do Córrego da Miguela.
Marisol Gomes (PSD) afirmou que é importante sanar os problemas a longo prazo com medidas efetivas. Ricardo Luiz Nogueira (PSD) falou sobre o desgaste emocional dos moradores e também destacou: “é sabido que essa recorrência de cheias no Córrego da Miguela é reflexo de loteamento autorizado sem as devidas condições ambientais”. Ele ainda disse que o caso deve servir como lição para o cumprimento da legalidade na aprovação de novos empreendimentos e que a implantação do estudo de macrodrenagem já um começo.
Asfalto feito de pneus
O asfalto ecológico, feito a partir de pneus usados, também foi tema discutido durante a sessão. O assunto foi levado à Tribuna Livre por Syllis Flávia, presidente da ONG Ecophalt – Cidadania e Sustentabilidade, Ecologia com Praticidade. A instituição sem fins lucrativos tem sede em Praia Grande, São Paulo, e abriu uma filial em São Lourenço em julho do ano passado.
De acordo com Syllis, a Ecophalt foi criada em prol da defesa e conservação do meio ambiente e da promoção do desenvolvimento sustentável. Ela afirmou que a ONG realiza campanhas de conscientização sobre o descarte correto dos pneus inservíveis, resíduos sólidos e compostagem nas escolas da Baixada Santista com atividades lúdicas, como teatro interativo, oficinas de reciclagem e palestras de educação ambiental.