A Câmara recebeu na sessão desta segunda-feira (03/10) a equipe do SAAE para debater sobre a qualidade da água em São Lourenço. Segundo a autarquia, a turbidez, ou seja, a coloração atípica, deve-se à acumulação de incrustações de ferro na tubulação, que são transportadas quando ocorre o bombeamento na rede. Na ocasião, os vereadores fizeram perguntas, deram sugestões e comentaram sobre as informações apresentadas.
A autarquia, representada pelo presidente Hemerson Jader Cunha, e os servidores Leonardo Coli (diretor de engenharia), Dowani José Guerreiro (técnico químico) e Jeanderson de Melo Pereira (químico), informou que várias medidas têm sido tomadas desde o ano passado para solucionar o problema. Entre elas, estão a limpeza do reservatório do município, a intensificação de descargas e o estudo da viabilidade de se usar o ortopolifosfato, substância que cria uma película protetora na tubulação a fim de que as incrustações não sejam carregadas pela água. A equipe do SAAE declarou que a quantidade de reclamações da população relativas à turbidez começaram a diminuir após isso: de 56 entre 1º e 10 de setembro foram para 12 nos últimos dez dias do mesmo mês.
O vereador Gustavo Brasília (AVANTE) foi o primeiro a se manifestar. Ele disse que as reclamações são mais frequentes do que os números mostrados. Já Marisol Gomes (PSD) solicitou dados especificados por bairros. Cristiano Valério (PTB) ressaltou que para ele o custo da água em São Lourenço é muito alto. Também questionou sobre a implantação da (ETE) Estação de Tratamento de Esgoto.
A equipe do SAAE respondeu que estuda os motivos pelos quais o problema da turbidez da água se intensificou recentemente e se comprometeu a enviar os dados regionalizados para a vereadora Marisol. Em relação à Estação de Tratamento de Esgoto, afirmou que o Consane (Consórcio Regional de Saneamento Básico) faz um estudo do projeto.
Em seguida, Daniela Bacha (AVANTE) sugeriu a apresentação da cronologia da queda das reclamações para fazer o mapeamento das soluções que têm tido efeito. Elton Tavares (PODEMOS) perguntou se há um prazo para que o problema seja resolvido. Marcelo Ribeiro (PL) questinou qual o custo embutido somente da operacionalização da água, já que o SAAE também cobra taxas de iluminação pública e coleta de lixo e esgoto. João Ricardo Bolzoni Ilha (PTB) quis saber se há diminuição da vazão ou do fluxo da água caso a película de otopolifosfato seja colocada na rede.
De acordo com os dirigentes e técnicos da autarquia, a cronologia das reclamações será enviada à Câmara, após pedido. Em relação à solução do problema, o presidente Hemerson afirmou ser “difícil estabelecer um prazo”. Os técnicos do SAAE também disseram que a distribuição da água gera custos com manutenção, produtos químicos e análises laboratoriais e que a película de otopolifosfato não diminuiria a vazão porque a substância reage com o ferro da tubulação.
Por fim, Agnelo Silveira (DEM) sugeriu mecanismos preventivos para identificação de que a turbidez irá ocorrer, com aviso antecipado para a população. O SAAE afirmou que irá fazer uma licitação a fim de contratar uma empresa para exercer tal serviço. William Rogério de Souza (SOLIDARIEDADE) questionou a salubridade da água no momento em que ela sai com a coloração inadequada. Os técnicos da autarquia explicaram que o controle de qualidade é intenso e nunca foram detectadas substâncias acima do limite máximo permitido. Por fim, Ricardo Luiz Nogueira (PSD) lembrou que, na gestão passada, a Prefeitura havia solicitado um empréstimo de R$ 8 milhões para fazer a troca da tubulação de ferro por PVC e perguntou se a obra teria solucionado o problema. O diretor-presidente Hemerson respondeu que não. “Na minha opinião não teria resolvido, pois 80% da tubulação de São Lourenço já é de PVC”, completou.